Para discutir o uso indevido de medicamentos nos países de baixa-média renda, ocorreu no mês passado, na Turquia, a "3ª Conferência Internacional sobre a Melhoria do Uso de Medicamentos (ICIUM)", na qual foram apresentados os resultados do diagnóstico situacional feito pela Anvisa nas Unidades Básicas do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil.
Esse estudo analisou, em 2009, a influência da publicidade sobre os responsáveis por indicar medicamentos no SUS. Foram entrevistados 505 médicos, 186 dispensadores de medicamentos e 13 gestores municipais de saúde, em 185 Unidades Básicas de Saúde. O estudo utilizou uma amostra aleatória de estabelecimentos de saúde, que foram selecionados por sorteio. Em cada Unidade, profissionais responderam ao questionário a respeito da propaganda de medicamentos e aos critérios de seleção desses produtos.
Intitulado “Diagnóstico situacional da promoção de medicamentos em unidades de saúde do Sistema Único de Saúde”, o levantamento concluiu que:
- "ocorre pressão da indústria farmacêutica nas decisões dos gestores em relação à compra de medicamentos, uma vez que sistematicamente eles recebem representantes da indústria que ofertam brindes e impressos sobre os medicamentos";
- "grande parte dos prescritores também é sistematicamente assediada pelos representantes de laboratórios farmacêuticos, que na maioria distribuem folders e amostras grátis seguidas da oferta de monografias ou artigos científicos";
- "a maioria dos prescritores afirmou que as informações apresentadas pelas propagandas podem ser insatisfatórias ou incompletas, porém referiu considerar essas informações ao escolher um medicamento para prescrevê-lo".
O Dr. Marcus Zulian Teixeira, médico homeopata e escritor, comenta que esse é mais um exemplo evidente do "conflito de interesses entre a indústria farmacêutica, gestores e médicos prescritores".
Foi isso o que Hahnemann fez ao validar o princípio da similitude, negando a eficácia terapêutica do princípio dos contrários e mostrando que os sintomas pioravam ainda mais após a suspensão do tratamento enantiopático, em vista da ação secundária (efeito rebote) do organismo, que é utilizado como resposta terapêutica segundo o princípio da semelhança. Mostrando que o tratamento enantiopático piora em muito as doenças crônicas (chegando mesmo a causar danos irreversíveis e fatais), evidenciamos através da "dupla negação" ("hipótese nula" ou "modus tollens" da lógica aristotélica) que o seu oposto, o tratamento homeopático, é a maneira correta de tratar essas mesmas doenças. É isso que vimos reproduzindo, atualmente, com o estudo dos fármacos modernos, tanto na fundamentação científica do princípio da similitude quanto na aplicação dos efeitos patogenéticos (eventos adversos e colaterais) dessas drogas como princípio terapêutico, estimulando o efeito rebote curativo do organismo.
O estudo completo está disponibilizado em:
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/6567a80047457a738711d73fbc4c6735/Relatorio_UBS_final_jan2011.pdf?MOD=AJPERES
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