Pacientes mais fortes para enfrentar o câncer
Pesquisadora Eneida Janiscki Da Lozzo, proprietária da farmácia Homeoterápica, fala sobre a força e os benefícios desse medicamento homeopático para auxiliar no tratamento da doença que mais se espalha no mundo
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O sistema imunológico do ser humano despertou uma série de estudos a respeito do seu papel em relação ao câncer. Por ser um sistema natural de defesa, é um mecanismo vigilante contra o surgimento de células alteradas, que dão origem ao câncer.
Nesse sentido, várias áreas da medicina buscam meios de otimizar esse sistema biológico, de modo a elevar sua eficiência. Uma dessas vertentes – mais especificamente a da medicina homeopática – realizou várias pesquisas sobre os imunomoduladores homeopáticos, pouco conhecidos no mercado brasileiro, porém com resultados comprovados em relação à sua eficácia no fortalecimento do organismo de pacientes em tratamento do câncer.
Os imunomoduladores homeopáticos possuem uma ação potencializadora das defesas orgânicas e promovem o fortalecimento da imunidade de forma natural e suave, sem apresentar contra indicações, elevando a qualidade de vida do paciente que está sendo submetido à radioterapia, quimioterapia, entre outros.
O Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de 2018 foi concedido para dois pesquisadores considerados pioneiros da imunoterapia. O americano James Allison e o japonês Tasuku Honjo foram contemplados com a premiação pelo desenvolvimento de um tipo de tratamento contra o câncer, que envolve o aumento da atuação dos linfócitos T, responsáveis por “assassinar” células tumorais.
A partir deste fato, os cientistas começam a enveredar por outros caminhos, encontrando outras maneiras de potencializar a atuação do sistema imunológico para combater doenças. A pesquisadora Eneida Janiscki, doutora em Bioquímica, proprietária da farmácia Homeoterápica, em Curitiba (PR) e São Paulo (SP), especialista no assunto fala a seguir sobre os principais benefícios dos imunomoduladores homeopáticos e sua contribuição para o bem-estar dos pacientes com câncer:
O que é um imunomodulador homeopático?
Eneida – É um formulação feita sob os fundamentos da farmacotécnica homeopática que possui ação moduladora das defesas orgânicas, aumentando a imunidade de forma natural, sem apresentar toxicidade ou contra indicações e contribui para elevar a qualidade de vida das pessoas. É utilizado como alternativa de tratamento adjuvante às terapias convencionais em doenças nas quais o sistema imunológico pode ficar comprometido, como é o caso do câncer. Nesse caso, o imunomodulador homeopático serve como complemento para atuar em paralelo com a quimioterapia e radioterapia, proporcionando maior força física para o paciente superar a doença.
Quais são suas principais funções?
Eneida – O imunomodulador homeopático é capaz de ativar alguns tipos diferentes de células de defesa do organismo por meio da modulação dos níveis de citocinas, moléculas sinalizadoras que coordenam o sistema imunológico, que é bastante complexo. Ele aumenta a capacidade de realizar a fagocitose pelos macrófagos (células do organismo que atuam no sistema imunológico) e reduz os níveis de substâncias nocivas, como por exemplo, o fator de necrose tumoral (TNF-α) e espécies reativas de oxigênio.
Com esse tipo de imunomodulador, o sistema imunológico agirá de forma mais eficaz no combate aos agentes infecciosos e também no controle dos tumores, uma vez que sua ação é fundamental para controlar o surgimento de metástases.
Quais são os tipos de doenças combatidas pelos imunomoduladores homeopáticos?
Eneida – Quando se fala em homeopatia, o raciocínio é diferente. Não envolve o combate de uma doença específica. Os imunomoduladores homeopáticos ajudam a aumentar a proteção do organismo contra vários tipos de doenças infecciosas – vírus, bactérias ou fungos – bem como uma diminuição do aumento de processos inflamatórios em várias doenças crônicas, como artrites, além da proteção contra tumores.
Quais são as diferenças entre os imunomoduladores homeopáticos e alopáticos?
Eneida – Os imunomoduladores alopáticos envolvem moléculas (proteínas, corticoides, etc) que inibem ou bloqueiam outras moléculas. Tem uma função fundamental na terapêutica antitumoral ou na profilaxia da rejeição a implantes de órgãos ou de medula óssea, e também nas doenças autoimunes. São eficazes para situações específicas, ao agir sobre um único tipo de molécula e alterar sua fisiologia. Tem como desvantagem o alto custo e efeitos adversos.
Já os imunomoduladores homeopáticos, como dito anteriormente, agem de forma sutil, atuando sobre todo o conjunto de células do sistema imunológico e alterando o nível de sinalização molecular. Estudos feitos no Laboratório de Pesquisa em Células Neoplásicas e Inflamatórias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), liderado pela Dra. Dorly de Freitas Buchi, mostraram que a modulação geral do sistema imunológico aumentou a capacidade dos linfócitos T no reconhecimento de células alteradas. Além disso, tem como vantagem o baixo custo de tratamento e a ausência de efeitos adversos.
Qual será o norte dos imunomoduladores homeopáticos nos próximos anos?
Eneida – Será necessário investir em pesquisas clínicas para que sua industrialização seja viável, aumentando o acesso do produto para a população.
Na Europa, em países como Alemanha e Suíça, os produtos homeopáticos já são industrializados. No Brasil, ainda é preciso a prescrição médica e a produção em farmácia de manipulação.